O que fazer – Meu esposo não é cristão e isso tem interferido no meu serviço na igreja.

Pergunta recebida:

Desde que me converti, sempre fui muito ativa na igreja. Meu esposo ainda não é cristão, e ultimamente tem me cobrado por eu “viver na Igreja e não dar atenção para ele”. Por outro lado, na igreja, todos tem me cobrado por eu não estar mais aceitando participar de todos os eventos e não estar mais ativa em tantos ministérios como antes. Não sei mais o que fazer para alegrar a Deus e também não negligenciar minha família.

Resposta:

Minha querida, nesse momento consegui sentar e escrever para você. Passei a tarde orando a respeito de sua mensagem e minha oração foi que o Espírito Santo guiasse minhas palavras de forma a lhe ajudar e ser benção em sua vida.
Primeiramente quero que saiba que muito me alegrou receber sua mensagem. Obrigada por confiar e me contar suas lutas.
Sei que não é fácil e de todas as formas você tem tentado servir a Deus e a sua família.
Quanto ao serviço cristão, entendo que nós como mulheres precisamos praticar o equilíbrio, e por seu esposo ainda não ser cristão, esse ponto é muito importante para seu testemunho dentro de seu próprio lar.
O primeiro ponto para encontrar esse equilíbrio é colocar em ordem todos os papéis desempenhados por você. Estabelecer as prioridades e somente assim você estará pronta a responder a qualquer pessoa que questionar aquilo que você tem feito ou não.
Biblicamente falando, temos os deveres (nessa ordem):
Amar e servir a Deus
Amar, auxiliar e servir ao marido
Amar, ensinar e disciplinar os filhos
Amar e zelar pelo lar de forma a promover uma vida de qualidade e saudável para aqueles que ali vivem
Desenvolver-se de forma a ter algo a oferecer e servir aos outros
Amar e servir ao povo de Deus.
Obviamente, é preciso praticar a flexibilidade e avaliar as situações e crises envolvidas, mas em tese, sempre precisamos ter a certeza de que os “de dentro” (nossa família) estão cuidados e servidos.
O que muitos infelizmente tem a dificuldade de entender é que  servir a sua família também é um ministério, e é o primeiro ministério para qual Deus nos chamou como mulheres. Por vezes somos tão ativas em nossas comunidades cristãs e estamos nos perdendo em nossos lares e casamentos. E Deus deseja que sejamos luz primeiramente dentro de casa.
Talvez, se eu fosse colocar em poucas palavras , nossas prioridades deveriam ser:
Deus
Marido
Filhos
Ministério/ Serviço
Amada, ao tomar a decisão de priorizar sua família, você está agradando ao Senhor. Isso não é idolatria, é obediência. Muitas vezes nos sentimos culpadas por nos sermos intimidadas pelos nossos líderes. Mas a verdade é que Deus não nos lança culpa, quem as lança é o inimigo. O Espírito Santo nos convence do pecado, mas sempre nos leva ao encontro e confronto com a Palavra. Ao priorizar sua família, você está sendo missionária no campo mais precioso e difícil para pregar a Palavra: seu lar. Pois muitas e muitas vezes precisamos testemunhar a luz de Cristo sem palavras, em silêncio. E isso não é fácil.
Ao decidir dedicar seu tempo e esforços para a sua família, você está indo ao mundo pregar o evangelho, pois nossos filhos são como flechas e chegarão a lugares onde nossos pés não pisaram. Quando decidimos priorizar a família e orar por nossos filhos, podemos não estar no “Monte” orando, mas nossos joelhos ficam diante do Trono.
Minha querida, não permita que o legalismo de outros afete sua decisão que agrada ao Senhor. Não, você não está enterrando seus dons, pelo contrário, decidiu pregar com sua vida para seus filhos, ser para eles a carta viva. Ao decidir estar com seu marido, você está entoando um cântico ao Senhor com sua vida. Pois essa é a oferta que sobe ao Trono como perfume suave: Obediência e um coração contrito e quebrantado.
Quer maior conquista missionária do que ganhar seu esposo e filhos para Cristo? Sua presença em casa, será a forma que Deus usará sua vida para isso.
E por fim, quanto a presença nos cultos. Acredito que o fato de seu esposo ainda não lhe acompanhar nas celebrações é um fator preponderante nessa situação. Se ele a acompanhasse, acredito que a orientação dele seria o suficiente para a decisão de ir ou não ir a todos os cultos. Particularmente, eu entendo que a ida ao culto público é importante, no entanto é necessário levar em consideração alguns fatores:
O que seu esposo pensa disso? De ir a TODAS as celebrações da semana?
O que isso tem acarretado a ele? O bem ou o mal? (Provérbios 31 nos ensina que uma mulher segundo o coração de Deus somente faz o bem ao seu marido)
Ir a todas as celebrações tem lhe feito crescer mais na Palavra ou tem sido um fardo?
Entendo que tudo deve ser feito com o coração e não como um sacrifício. Principalmente se isso tem sacrificado nossa família.
Em meu lar, não vamos a todas as programações, priorizamos aquelas que não prejudicam nosso lar (levando em consideração o horário e as crianças) e nossa vida familiar (comunhão). Mais uma vez, o equilíbrio é o fator preponderante. Cada Igreja tem uma programação e no nosso caso, vamos ao culto dominical e ao culto de oração, onde temos o aprendizado e a comunhão com os irmãos. No entanto, como servimos na igreja em alguns ministérios, equilibramos as ocasiões onde precisamos ir por conta dessas atividades ministeriais.
O que não se torna um fardo para nós. No entanto, não foi sempre assim. Antes de termos essa compreensão, participávamos de todas as programações mas nos distanciávamos como família.
O que quero dizer com isso é que as vezes, assistir uma partida de futebol sentada ao lado de seu esposo, dando-lhe o prazer de sua amizade e companhia pode significar muito mais para ele (e ser instrumento de Deus para alcançar seu coração) do que muitas palavras poderiam expressar. Sim, talvez para você pode ser como andar num vale escuro esse tempo sem servir ativamente na igreja, mas lembre-se que Deus é capaz de trazer vida em um vale de ossos secos.
Que Deus a abençoe, ilumine e oriente dia após dia. E eu sei que assim, você será uma Mulher Segundo o Seu Coração.
Um abraço carinhoso,
Caroline Leme.

2 comentários em “O que fazer – Meu esposo não é cristão e isso tem interferido no meu serviço na igreja.

  1. Caroline,

    Meu Deus, como o Senhor te usou nessa resposta, HOJE penso exatamente como escrito acima, já passei por situação parecida e tiver que fazer uma opção, claro que faz falta estar ativa na igreja, porque parece que estamos “mais abençoadas” dessa forma, o que é uma mentira do inimigo, pois não existe felicidade maior para o Senhor do que ministramos primeiramente na vida da nossa família!!!
    Que o Senhor a continue usando poderosamente, muito obrigada pelas suas palavras.
    Deus abençoe!!!

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